quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O que é cosplay?

Eliana Hitomi (Athena Asamiya) e Cássio Kawakita (Kensou) na AnimeCon 2001

Cosplay (コスプレ, japonês transliterado kosupure) é abreviação de costume play ou aindacostume roleplay (ambos do inglês) que pode(m) traduzir-se por "jogo de disfarces" ou "jogo de fantasias", ou ainda "jogo de trajes", e tem sido utilizado no original, como neologismo, conquanto ainda não convalidado no léxico português [1], embora já conste doutras bases [2], para referir-se a atividade lúdica praticada principalmente (porém não exclusivamente) por jovens e que consiste em disfarçar-se ou fantasiar-se de algum personagem real ou ficcional, concretoou abstrato, como, por exemplo, animes, mangás, comics, videojogos ou ainda de grupos musicais — acompanhado da tentativa de interpretá-los na medida do possível. Os participantes (ou jogadores) dessa atividade chamam-se, por isso, cosplayers.Ultimamente, no Brasil, com os eventos que vêm acontecendo em todos os cantos do país, pode-se observar o surgimento de uma tendência já bastante comum nos EUA e no Japão: o cosplay.

A palavra Cosplay vem de Costume e Play, ou seja, seria como "brincar de fantasia". Claro, no Brasil ainda não temos divisões como no Japão, onde os cosplayers são divididos em profissionais e amadores, mas os últimos eventos realizados por todo o Brasil estão mostrando que as fantasias estão ficando cada vez mais bem feitas e que mais cosplayers estão surgindo a cada ano.

Após o lançamento da revista Anime Kids Especial Cosplay, tenho recebido vários e-mails, muitos me parabenizando pela página e outros pedindo sugestões sobre tecido, dicas para apresentações... isso fez com que eu começasse a pensar em uma reformulação desta parte, para que as informações ficassem mais acessíveis a todos, sem precisar esperar uma resposta minha (elas costumam chegar rápido, mas nunca se sabe quando o provedor quebra...)

Palavras como as do Ferio (Cosplay Party Brasil) exemplificam exatamente o que um cosplayer sente no momento em que finalmente o seu trabalho pode ser mostrado nos eventos. No 1º Animanga World, um comentário espontâneo gerou a seguinte frase:

"Eu vivo o ano inteiro para esse dia."

Evidentemente, nunca se deve esquecer que o cosplay é um hobby e, como tal, não deve interferir nas atividades normais de uma pessoa. Conversando com pessoas mais novas do que eu, já notei que a principal preocupação vem dos pais e geralmente pode ser simplificada em uma frase:

"Isso não vai atrapalhar os seus estudos?"

Como todo hobby, o cosplay pode sim atrapalhar os estudos de alguém. Nesse ponto, deve-se ter o BOM SENSO. Bons exemplos são os cosplayers mais velhos (gomen nasai...):

  • Alessandro Von Victor, que continua seu trabalho e sua vida normal mesmo sendo organizador do Anime in Valley (Taubaté/SP) e um excelente cosplayer, sendo responsável por todas as partes da confecção de seu cosplay.

  • Fernando "Ferio" Siqueira, estudante de Engenharia da Computação em Itajubá/MG e webmaster da Cosplay Party Brasil.

  • Roberto "Endymion" Salles, estudante da pós-graduação do ITA.

  • Paolla "Ami Ikari" Matsuura, estudante de Medicina em Campinas/SP.

  • Petra Leão, estudante de Artes em São Paulo/SP e roteirista da editora Trama.

  • ... e muitos outros que mantêm sua vida acadêmica/estudantil/profissional normalmente e em conjunto com o cosplay.

Tomoyo Daidouji - Card Captor Sakura - Anime Summer Fest 2001

Com a sua fantasia pronta, não se esqueça de ensaiar bastante e de se preparar para MUITOS fotógrafos querendo tirar uma foto sua. Nunca se esqueça de que, uma vez de cosplay, você irá chamar muito mais a atenção do que se estivesse de jeans e camiseta. Lembre-se de perguntar ao fotógrafo se a sua foto será usada em algum site ou revista (nessas casos, geralmente a pessoa se identifica ANTES de tirar a foto); você tem todo o direito de se recusar a posar caso não queira sua foto na internet ou nas bancas de jornal. No caso do Arquivo Cosplay Brasil, as fotos são retiradas se a pessoa não deseja ter a foto na página e me comunica o fato por e-mail.

Acima de tudo, o cosplay é uma brincadeira, algo que deve ser feito para que VOCÊ se divirta junto com seus amigos e para que você conheça mais pessoas pelo Brasil afora. Mesmo na empolgação, não se esqueça das regrinhas básicas da mamãe: não saia com gente estranha, não saia do local do evento desacompanhado (principalmente se estiver de cosplay) caso queiram tirar uma foto sua FORA do evento...

Para conhecer outros cosplayers e descobrir um pouco mais sobre esse hobby, você pode visitar o Cosplay Party Brasil, que também tem uma excelente seção sobre como fazer cosplay, a Mailing List AnimeCosplay ou o Fórum do Arquivo Cosplay Brasil.


Foto de parte dos integrantes da AnimeCosplay na AnimeCon 2001


E outra foto, com mais gente da AnimeCosplay, no 1º Animangá World, 2002.



História

Cosplayers vestidos como personagens deFinal Fantasy VII: Advent Children

O fenômeno do cosplay surgiu na década de 1970 nos Comic Markets do Japão, que se celebram em Odaiba (Tóquio), lugares de compra e venda de Dōjinshi. Esse evento prosseguiu desde então e se realiza regularmente. Lá, grupos de japoneses vestiam-se de seus personagens favoritos de mangás, animes, comics e videojogos. Assim pois, tal prática sempre tem sido muito relacionada com aqueles produtos. Contudo, com o passar do tempo, foi-se estendendo a outros domínios, em conceitos e culturas, ganhando foro internacional. Por ter sido mais expressivo e presente na cultura dos Estados Unidos, o fenômeno e, assim, o termo, difundiram-se como se originários fossem de lá.


Caracterização

Cosplay originariamente ligava-se a personagens de quadrinhos. Com o passar do tempo, contudo, foi-se tornando uma tradição e um hábito que se espalhou por todos os tipos de convenções, a envolver séries ou personagens, principalmente as de Jornada nas estrelas (Star Trek) e Guerra nas estrelas (Star Wars), no qual as pessoas fantasiadas tornaram-se atração principal, em concursos de fantasia e interpretações de cenas dos filmes ou episódios, o que permitia revelar talentos de nivel profissional. Rapidamente se espalhou pelo mundo todo, chegando na Comiket, famosa convenção realizada há anos no Japão, onde o termo se popularizou e se espalhou especialmente em eventos e encontros de anime, mangá evideojogos, respectivamente as animações e quadrinhos japoneses.

A palavra cosplay, como já foi dito, é uma espécie de abreviação para "costume play" (costume = roupa / traje / fantasia e play = atuar). Ou seja, o cosplayer se caracteriza como um personagem de algum livro, mangá, jogo ou filme que queira homenagear; representa a personalidade deste; e em alguns eventos pode até mesmo competir com outros cosplayers em concursos, embora o grande barato e diversão sejam a exposição e o contato social gerado dentro do ambiente. Um dos principais objetivos dessepassatempo é fazer amigos.

Caracteriza-se o cosplay pelo acrônimo inglês DIY (Do it yourself - faça você mesmo): o pretendente a cosplayer providencia os materiais para a confecção (alguns mandam determinadas peças a artesãos ou costureiras, ou fazem seus cosplays inteiramente em "Cosplay Stores" (lojas especializadas em confecção de cosplays), prepara os materiais de referência, monta a apresentação (caso haja), enfim, trabalha a interpretação, o figurino e às vezes até o cenário.

É uma atividade da qual podem participar e divertir-se crianças, adolescentes e adultos de todas as idades, sexo e condição social. Algunscosplayers chegam a gastar entre R$ 100,00 (36 ) e R$ 1.000,00 (360 ), às vezes mais, em roupas e acessórios, e levam a coisa a sério. Um passatempo como outro qualquer, porém com a singularidade de permitir o participante tornar-se seu personagem favorito por um dia. Nas gerações Star Wars, equivaleria a se vestir como um Jedi ou um cowboy de Faroeste. Nisso reside o embrião da vertente teatral docosplay: papéis são efetivamente representados, com significativa monta de carga artística.

No início, os únicos cosplays eram de personagem de Star Wars (como os Stormtroopers); mas logo os animes e mangás foram tomando conta do público. Hoje, no Brasil, já se vêem cosplays de qualquer mídia, entre elas comics, filmes, livros e até personagens de Internet.


Cosplay
no Brasil

Em convenções de jornada nas estrelas e RPG no final da decada de 1980 já se encontravam fãs fantasiados de seus personagens favoritos. Todavia, tal caracterização não era ainda conhecida como cosplay, pois o termo, na época, ainda começava a se difundir no Japão. Demais, o ato de se fantasiar não era visto como um passatempo por seus praticantes, manifestando-se nas convenções apenas como um elemento de expressão dos fãs. No final da década de 1990, com a popularidade do anime Cavaleiros do Zodíaco, surgiram as primeiras convenções de anime e mangá no país, fazendo assim essa atividade ressurgir, então com nome e características próprias, e os concursos. No início, as caracterizações eram quase em sua totalidade de personagens de animação, quadrinhos ou jogos japoneses, mas ao longo dos anos outras mídias foram incorporadas pelos fãs, como quadrinhos americanos, filmes ou livros, como por exemplo, Harry Potter ou Piratas do Caribe.

Os sites "Arquivo Cosplay Brasil" e "Cosplay Party Br" foram alguns dos pioneiros a tratar do assunto no Brasil. Em 2002 ambos se uniram, formando o Cosplay Brasil, que reúne a maior comunidade brasileira de praticantes e simpatizantes do cosplay.

Anime Friends, organizado pela Yamato Comunicações e Eventos, é o maior concurso de cosplay do Brasil. Em 2007, mais de 1.200 concorrentes inscreveram-se em seis categorias. Anime Dreams, o segundo maior, com mais de 800 inscritos num só evento em 2007.

A Yamato Comunicações e Eventos organiza também o maior concurso de cosplay individual do Brasil, o YCC - Yamato Cosplay Cup. Ele é único que agrega competidores de todas as regiões do país. São 26 competidores selecionados que disputam a competição nacional em julho, destes os três primeiros colocados participam de uma etapa uma internacional em janeiro, que logo em sua primeira edição em 2008 teve seletivas no México, Chile, Argentina e Paraguai. Nestas seletivas em outros países participaram mais de 200 cosplayers interessados em competir na final realizada no Brasil. Nas seletivas nacionais, realizadas em aproximadamente 20 eventos, foram mais de dois mil competidores. A campeã da edição brasileira de 2007 foi Andressa Miyazaki, seguida por Simone Setti e Thaís Jussim.[3][4]

A Yamato organiza ainda o Circuito Cosplay, a mais tradicional competição de cosplay do país, que está atualmente em sua quarta edição. Em 2005, a vencedora foi Petra Leão; em 2006, Thaís Jussim; e, em 2007, Andressa Miyazaki.

A Editora JBC organiza o WCS Brasil que reúne 15 duplas de todo o país para competir para saber qual a melhor do país que vai representar-nos na final mundial que é realizada no Japão. Uma vaga é da dupla vencedora do ano anterior, treze são distribuídas por eventos parceiros e uma sai em uma repescagem. Em 2007, o evento teve média de 4 a 5 duplas inscritas por seletiva. Em 2006, os irmãos Mauricio Somenzari e Mônica Somenzari venceram tanto a etapa brasileira, quanto a japonesa da competição. Em 2007, Marcelo Fernandes e Thaís Jussim venceram no Brasil. Em 2008, Gabriel Niemietz e Jéssica Campos foram campeões na etapa brasileira e venceram também a etapa mundial.


Cosplay
em Portugal

A primeira vez que se ouviu o termo cosplay em Portugal foi em 1997, quando alguns fãs da cultura japonesa decidiram caracterizar-se como suas personagens preferidas de anime, mangá e videojogos e como os seus ídolos de j-music. Enquanto isso, o cosplay dava já largos passos pelo mundo fora arrastando consigo uma legião de fãs na América, Ásia e Europa. Desde 1997 até o presente, muita coisa mudou.

Os eventos de cosplay aumentaram. Já se realizam de norte a sul do país, enquanto, em 1997, apenas se realizava em Lisboa e apenas uma vez por ano. É visto por muitos pais como um passatempo saudável e enriquecedor, devido ao facto de os cosplayers terem de criar os seus próprios fatos, realizando, muitas vezes, verdadeiros atos de engenho e criatividade. O cosplay é visto pelos pais também como uma alternativa a outras formas de entretenimento dos filhos, como o computador e a televisão. Alguns críticos, porém, discordam de benefícios do cosplay e afirmam que é uma perda de tempo e dinheiro, sendo que muitos consideram o cosplay "coisa de crianças".

Por seu lado, os defensores do cosplay afirmam que este é hoje em dia mais do que um passatempo, considerando-o uma forma própria dearte, por meio da qual os artistas (cosplayers) podem expressar o seu afeto por determinados tipos de personagens, vestindo-se e agindo como elas por um dia. Argumentam ainda que o cosplay permite conhecer pessoas novas e criam novas amizades, considerando-o também como uma boa forma de os mais tímidos tornarem-se mais sociáveis, extrovertidos e confiantes em si mesmos. Tanto adultos como crianças podem participar pois não há limite de idades, ou seja, se pais e filhos fizerem cosplay, podem entreajudar-se, fortalecendo o laço existente entre ambos e estimulando a criatividade, por terem de pensar juntos sobre como irão fazer tal tipo de roupa ou acessório mais rebuscado, que ninguém ousa fazer. Mas, acima de tudo, o que dizem ser mais importante é a diversão, tanto na manufatura dos fatos como no seu uso, considerando-a a razão principal por se ver, cada vez mais, o grupo de cosplayers portugueses a aumentar de evento para evento.

Não só os pais se estão a aperceber das coisas boas que advêm de se fazer cosplay, incentivando os seus filhos a participar, como também outros menos jovens decidem juntar-se ao grupo devido a comentários que ouvem através dos seus colegas, amigos e até mesmo vizinhos. Alguns decidem primeiro acompanhar os seus amigos para verem como é, para saber se gostam ou não. Outros vão por iniciativa própria e até mesmo por curiosidade. Mas, no final, muitos são os que dizem entusiasmados que irão participar no próximo evento de cosplay.

Outros reclamam a criação de uma associação/comunidade para os cosplayers, onde se abordem temas como a localização dos eventos e os transportes; dúvidas, esclarecimentos e sugestões sobre os fatos que estão ou vão fazer, assim como o material (qualidade, preço, locais onde se encontram à venda), a criação de formas de irem todos juntos, dependendo da área onde moram e ainda coordenação de pedidos de apoio ás câmaras municipais; encontros (meets) e outros temas.


"Caça-níqueis" x "Pró-diversão"

Bleach - Cosplay

O termo "caça-níqueis" refere-se ao cosplayer que pratica a atividade com espírito competitivo e disputa financeira, em contraste com o cosplayer "pró-diversão", que dela se vale pela diversão. Conquanto possa haver predominância de uma, é claro que podem coexistir as duas modalidades. Contudo há quem diga que a competição faz parte, e o perfeccionismo é a chave para ser considerado um bom cosplayer. Daí surgirem dilemas como: "Cosplay: Diversão ou Competição?"


Teatro cosplay

Essa modalidade de cosplay foi criada pela empresa Yamato Comunicações e Eventos para o evento Anime Friends 2003 e, de maneira prática, é o que o nome sugere: uma apresentação teatral envolvendo cosplayers. Existem grupos espalhados por todo o Brasil que se dedicam exclusivamente em promover espetáculos de "Teatro Cosplay", com a mera finalidade de entretenimento.

Como fazer um cosplay?

Luciana "Haruka" - Sailor Uranus - AnimeCon/99

Para fazer um bom cosplay, você tem que decidir qual personagem quer fazer. Caso for o seu primeiro cosplay, dê preferência a personagens que você conheça MUITO BEM, aquele que você sabe interpretar em qualquer lugar, conhece todas as falas, os costumes, o jeito dele falar, andar, respirar (^_^). Se ele for parecido com você fisicamente, melhor ainda. Fica muito complicado fazer uma Sailor Uranus se você tem o cabelo comprido (embora não seja IMPOSSÍVEL. A Luciana "Haruka" conseguiu colocar tudo dentro de uma peruca, mas fica bem mais fácil se o seu cabelo for parecido com o do personagem, como no caso daStella).

Stella - Sailor Uranus - AnimeCon 2001

Escolhido o personagem, parta para a PESQUISA. Lembre-se de que você terá que levar tudo para uma costureira fazer e nem sempre ela conhece o anime. Geralmente, com uma boa figura (tente procurar vários ângulos do personagem, sentado, em pé, de lado, etc...), a costureira poderá lhe indicar qual o melhor tecido para dar aquele efeito e saberá como fazer a roupa. Mas não se esqueça de explicar detalhadamente o que você quer e fique SEMPRE por perto para tirar as eventuais dúvidas que irão surgir na cabeça dela (eu precisei de quatro ou cinco provas de roupa para explicar como fazer o fecho da túnica de Ranma-chan). Tente não gastar muito - a menos que você tenha renda própria e tenha como se sustentar depois - porque ainda tem a parte mais chata: os acessórios. E lembre-se de que a costureira também irá cobrar a mão de obra.

Muitas vezes, você pode até encontrar as peças de roupa necessárias para o seu cosplay dentro de casa, sem precisar gastar muita coisa (mas prepare-se para não ser reconhecido por muitas pessoas), principalmente se for um personagem pouco conhecido. Personagens fáceis de fazer com coisas que você encontra em casa são Yui Ikari (Neon Genesis Evangelion), Keitaro Urashima, Naru Narusegawa e Seta Noriyasu (Love Hina). Outras vezes, um detalhe de um cosplay pode ser usado em outro, como o sapato de Yui Ikari, reaproveitado nas botas de Super Sailor Mercury... ou a calça social de Seiya Kou que está sendo muito bem usada na faculdade.


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